Enfrentando um Mundo Complexo
Un complicado panorama mundial reflejado en la recesión americana y las potenciales directrices de su nuevo gobierno, las nuevas definiciones en el proceso de aglutinamiento europeo y el necesario monitoreo del comportamiento externo de los grandes emergentes, como China, India, Rusia y Corea del Sur, resta sentido a seguir insistiendo en lo inmediato en las negociaciones multilaterales. Es una fase que debería ser aprovechada por el bloque del Mercosur para implementar una seria agenda económica, efectiva y armónica entre sus miembros. En el marco del encuentro por el Día de la Exportación- MERCOEX 2008, desarrollado entre el 21 y 22 de agosto en Buenos Aires, el dirigente empresarial brasileño Mauro Laviola se refirió a múltiples aspectos que visualizó esenciales para la consolidación de la unión aduanera. La adopción de estrategias nacionales compatibles con aspiraciones de mayor inserción en el comercio mundial de bienes y servicios. El realineamiento de los esfuerzos comunitarios para priorizar las áreas en que los miembros del bloque detentan ventajas competitivas, aprovechando el formidable boom de las commodities. Ecuacionar la cuestión de la seguridad energética en el Cono Sur. Y propender a la adptación de los sectores productivos a las nuevas normas competitivas mundiales, como el sistema REACH que será implantado en la UE a partir de 2009. A continuación se reproduce la ponencia completa del dirigente empresario en su intervención en el ciclo “Enfrentando un mundo complejo”, organizado por la Cámara de Exportadores de la República Argentina.
Bem apropriado o tema básico proposto pela CERA para abordar o Dia da Exportação e Reunião do MERCOEX deste ano.
Realmente, o último encontro ministerial da Rodada Doha claramente sinalizou um novo cenário nas relações internacionais, uma vez que:
- As forças hegemônicas centradas unicamente no ocidente, até pouco tempo atrás, deram lugar ao surgimento de novos protagonistas de peso na economia e no comércio mundiais, a exemplo de extraordinários crescimentos chinês e indiano na Ásia, certo ressurgimento potencial da Rússia na Europa Oriental e a presença do Brasil como grande provedor mundial de alimentos básicos.
- Os novos protagonistas no cenário internacional estão provocando uma substancial transformação nas condições de competitividade em suas respectivas áreas de especialização, não só nos mercados dos países desenvolvidos, mas também, com crescente intensidade nos denominados países emergentes em processo de desenvolvimento.
- Por outro lado, a onda terrorista inaugurada em setembro de 2001 e os fortes indícios de aquecimento do globo terrestre, exacerbaram um novo tipo de protecionismo por parte dos países desenvolvidos, em nome de preservação do meio ambiente e da saúde de suas populações.
- Além disso, existe o sério problema da migração da mão-de-obra uma vez que, por distintas razões, cada país procura defender seu mercado de trabalho. Haja vista o que ocorre hoje na Europa e nos EUA, em face da oposição das centrais sindicais em aceitar trabalhadores dos países mais pobres que ganham salários muito inferiores aos dos nacionais.
- Na esfera econômico-financeira, após um alentado período de crescimento global e do formidável boom das commodities, a crise financeira americana veio afetar as principais bolsas de negócios e provocar volatilidade nos mercados internacionais, inaugurando um início de recessão e de recrudescimento inflacionário no país. Esses fatos, aliados à grande expectativa de mudanças de rumo na condução das políticas interna e externa dos EUA, criaram um ambiente pouco propício a efetivas concessões em favor dos países emergentes e menos desenvolvidos.
- Assim, as esperanças depositadas na última reunião ministerial da Rodada Doha de se alcançar algum acordo, ainda que apenas possível, mas longe do desejável, ficaram frustradas pela exacerbação do protecionismo em quase todo o mundo e até mesmo no seio do G-20 que, até então, supostamente representava o agrupamento de países mais demandantes de aberturas no comércio internacional. Um dos aspectos mais curiosos desse panorama é que, não obstante a OMC abrigue, presentemente, 153 países membros, as discussões básicas vinham sendo conduzidas por um grupo em torno de somente 30 países, embora Doha tivesse sido inaugurada sob o emblema da “rodada do desenvolvimento” com vistas a propiciar maior acesso aos mercados mundiais dos chamados PMDR’s que, atualmente, são maioria no organismo. Dificilmente, numa eventual retomada do processo, os países menos favorecidos serão meros espectadores e deixarão suas demandas serem conduzidas por terceiros.
Em face desse panorama, parece não ter mais sentido permanecermos insistindo nas negociações multilaterais enquanto o cenário atual não ficar mais claro, sobretudo após conhecer os resultados das eleições norte-americanas, embora novos esforços diplomáticos tenham a pretensão de retomar Doha em curto prazo.
A prudência, portanto, recomenda esperar que haja mais claridade na situação mundial como reflexo da recessão americana e das diretrizes de seu novo governo, observar as novas definições e ajustes no processo de aglutinação européia e monitorar o comportamento externo dos grandes emergentes como China, Índia, Rússia e Coréia do Sul.
Por outro lado, a América do Sul sofre grave desgaste em áreas vitais: há ameaças de conflitos político-econômicos em alguns países, ambições separatistas em outro e paralisia nos processos de integração sub-regional no MER e na CAN. O MERCOSUL, infelizmente, tornou-se um organismo essencialmente político em detrimento de buscar seu aperfeiçoamento operacional.
Nessa fase, torna-se vital aproveitar o tempo para darmos menos ouvidos aos discursos delirantes e reprovar a criação de novos organismos regionais que só enriquecem o corporativismo estatal. Devemos, isto sim, valorizar as tarefas concretas que nos conduzam a uma presença marcante no comércio internacional.
No MERCOSUL há quase consenso de que a integração sub-regional não avança sem a montagem de uma agenda econômica mais efetiva e harmônica entre os países.
Prioritariamente, as ações nesse sentido poderiam consistir em:
1) Promover uma real avaliação do processo de consolidação da união aduaneira no MERCOSUL em seus múltiplos aspectos, visando possibilitar aos países membros acomodar sua discrepâncias em relação ao mesmo e adotar estratégias nacionais compatíveis com suas aspirações de maior inserção no comércio mundial de bens e serviços.
2) Realinhar os esforços comunitários para priorizar as áreas em que os países membros detêm inegáveis vantagens competitivas nas áreas agrícola-pastoril, mineral, combustíveis fósseis e renováveis, na biodiversidade e nos serviços em geral, sem desprezar os ganhos de competitividade no setor industrial.
3) Organizar um sério programa de eliminação das barreiras não tarifárias entre os países membros e associados.
4) Adaptar os setores produtivos aos novos conceitos e exigências técnicas que irão permear as transações internacionais, num ambiente crescentemente administrado em nome da segurança absoluta antiterrorismo e da preservação do meio ambiente. O exemplo mais claro desse novo tipo de protecionismo está explícito nas exigências atinentes ao sistema REACH que será implantado na U.E. a partir de 2009.
5) Equacionar a urgente questão da segurança energética não poluente no Cone Sul.
6) Elaborar uma agenda concreta de negociações comerciais que atenda os reais interesses dos países membros do Mercosul, em vez de simplesmente construí-la em função de simpatias ideológicas momentâneas e oportunistas.
7) Aproveitar as demais disciplinas tratadas durante a Rodada Doha (serviços / compras governamentais / proteção de investimentos, entre outras) nas quais haja interesse em desenvolver negociações a partir dos ordenamentos jurídicos nacionais, com benefícios estendidos unicamente aos países negociadores originais, porém contendo cláusulas irrestritas de adesão tal como no formato existente na ALADI.
Em suma estamos, certamente, diante de um quadro absolutamente novo e cada vez mais intrincado no panorama mundial que tende a dificultar a escalada de nossos países no rumo do desenvolvimento. Por isso mesmo, a situação requer grande concentração de esforços na busca de alternativas viáveis e mais oportunas para alcançarmos uma escala superior no concerto das nações. Essa difícil, porém inadiável empreitada terá, necessariamente, que contar com a participação ativa dos setores empresariais e laborais da região porque, no final das contas, são eles os maiores responsáveis pelo desenvolvimento de qualquer nação.
Mauro Laviola es el Director de la Asociación de Comercio Exterior de Brasil
Realmente, o último encontro ministerial da Rodada Doha claramente sinalizou um novo cenário nas relações internacionais, uma vez que:
- As forças hegemônicas centradas unicamente no ocidente, até pouco tempo atrás, deram lugar ao surgimento de novos protagonistas de peso na economia e no comércio mundiais, a exemplo de extraordinários crescimentos chinês e indiano na Ásia, certo ressurgimento potencial da Rússia na Europa Oriental e a presença do Brasil como grande provedor mundial de alimentos básicos.
- Os novos protagonistas no cenário internacional estão provocando uma substancial transformação nas condições de competitividade em suas respectivas áreas de especialização, não só nos mercados dos países desenvolvidos, mas também, com crescente intensidade nos denominados países emergentes em processo de desenvolvimento.
- Por outro lado, a onda terrorista inaugurada em setembro de 2001 e os fortes indícios de aquecimento do globo terrestre, exacerbaram um novo tipo de protecionismo por parte dos países desenvolvidos, em nome de preservação do meio ambiente e da saúde de suas populações.
- Além disso, existe o sério problema da migração da mão-de-obra uma vez que, por distintas razões, cada país procura defender seu mercado de trabalho. Haja vista o que ocorre hoje na Europa e nos EUA, em face da oposição das centrais sindicais em aceitar trabalhadores dos países mais pobres que ganham salários muito inferiores aos dos nacionais.
- Na esfera econômico-financeira, após um alentado período de crescimento global e do formidável boom das commodities, a crise financeira americana veio afetar as principais bolsas de negócios e provocar volatilidade nos mercados internacionais, inaugurando um início de recessão e de recrudescimento inflacionário no país. Esses fatos, aliados à grande expectativa de mudanças de rumo na condução das políticas interna e externa dos EUA, criaram um ambiente pouco propício a efetivas concessões em favor dos países emergentes e menos desenvolvidos.
- Assim, as esperanças depositadas na última reunião ministerial da Rodada Doha de se alcançar algum acordo, ainda que apenas possível, mas longe do desejável, ficaram frustradas pela exacerbação do protecionismo em quase todo o mundo e até mesmo no seio do G-20 que, até então, supostamente representava o agrupamento de países mais demandantes de aberturas no comércio internacional. Um dos aspectos mais curiosos desse panorama é que, não obstante a OMC abrigue, presentemente, 153 países membros, as discussões básicas vinham sendo conduzidas por um grupo em torno de somente 30 países, embora Doha tivesse sido inaugurada sob o emblema da “rodada do desenvolvimento” com vistas a propiciar maior acesso aos mercados mundiais dos chamados PMDR’s que, atualmente, são maioria no organismo. Dificilmente, numa eventual retomada do processo, os países menos favorecidos serão meros espectadores e deixarão suas demandas serem conduzidas por terceiros.
Em face desse panorama, parece não ter mais sentido permanecermos insistindo nas negociações multilaterais enquanto o cenário atual não ficar mais claro, sobretudo após conhecer os resultados das eleições norte-americanas, embora novos esforços diplomáticos tenham a pretensão de retomar Doha em curto prazo.
A prudência, portanto, recomenda esperar que haja mais claridade na situação mundial como reflexo da recessão americana e das diretrizes de seu novo governo, observar as novas definições e ajustes no processo de aglutinação européia e monitorar o comportamento externo dos grandes emergentes como China, Índia, Rússia e Coréia do Sul.
Por outro lado, a América do Sul sofre grave desgaste em áreas vitais: há ameaças de conflitos político-econômicos em alguns países, ambições separatistas em outro e paralisia nos processos de integração sub-regional no MER e na CAN. O MERCOSUL, infelizmente, tornou-se um organismo essencialmente político em detrimento de buscar seu aperfeiçoamento operacional.
Nessa fase, torna-se vital aproveitar o tempo para darmos menos ouvidos aos discursos delirantes e reprovar a criação de novos organismos regionais que só enriquecem o corporativismo estatal. Devemos, isto sim, valorizar as tarefas concretas que nos conduzam a uma presença marcante no comércio internacional.
No MERCOSUL há quase consenso de que a integração sub-regional não avança sem a montagem de uma agenda econômica mais efetiva e harmônica entre os países.
Prioritariamente, as ações nesse sentido poderiam consistir em:
1) Promover uma real avaliação do processo de consolidação da união aduaneira no MERCOSUL em seus múltiplos aspectos, visando possibilitar aos países membros acomodar sua discrepâncias em relação ao mesmo e adotar estratégias nacionais compatíveis com suas aspirações de maior inserção no comércio mundial de bens e serviços.
2) Realinhar os esforços comunitários para priorizar as áreas em que os países membros detêm inegáveis vantagens competitivas nas áreas agrícola-pastoril, mineral, combustíveis fósseis e renováveis, na biodiversidade e nos serviços em geral, sem desprezar os ganhos de competitividade no setor industrial.
3) Organizar um sério programa de eliminação das barreiras não tarifárias entre os países membros e associados.
4) Adaptar os setores produtivos aos novos conceitos e exigências técnicas que irão permear as transações internacionais, num ambiente crescentemente administrado em nome da segurança absoluta antiterrorismo e da preservação do meio ambiente. O exemplo mais claro desse novo tipo de protecionismo está explícito nas exigências atinentes ao sistema REACH que será implantado na U.E. a partir de 2009.
5) Equacionar a urgente questão da segurança energética não poluente no Cone Sul.
6) Elaborar uma agenda concreta de negociações comerciais que atenda os reais interesses dos países membros do Mercosul, em vez de simplesmente construí-la em função de simpatias ideológicas momentâneas e oportunistas.
7) Aproveitar as demais disciplinas tratadas durante a Rodada Doha (serviços / compras governamentais / proteção de investimentos, entre outras) nas quais haja interesse em desenvolver negociações a partir dos ordenamentos jurídicos nacionais, com benefícios estendidos unicamente aos países negociadores originais, porém contendo cláusulas irrestritas de adesão tal como no formato existente na ALADI.
Em suma estamos, certamente, diante de um quadro absolutamente novo e cada vez mais intrincado no panorama mundial que tende a dificultar a escalada de nossos países no rumo do desenvolvimento. Por isso mesmo, a situação requer grande concentração de esforços na busca de alternativas viáveis e mais oportunas para alcançarmos uma escala superior no concerto das nações. Essa difícil, porém inadiável empreitada terá, necessariamente, que contar com a participação ativa dos setores empresariais e laborais da região porque, no final das contas, são eles os maiores responsáveis pelo desenvolvimento de qualquer nação.
Mauro Laviola es el Director de la Asociación de Comercio Exterior de Brasil
Mauro Laviola